sábado, 15 de setembro de 2012
Êxtase
(...)Mas Buda não falou de alegria, porque há uma coisa que a
ultrapassa. Ele chama-lhe êxtase. O êxtase é total. Não é nem
fisiológico , nem psicológico , nem espiritual. Não há nele qualquer
separação, ele é indivisível. Num certo sentido, é total, e noutro é
transcendental. Buda só usa duas palavras neste ensinamento ,
primeiro, «prazer» que inclui a felicidade, e depois «êxtase» que
inclui alegria.
O êxtase acontece quando você alcança o núcleo do seu ser.
Pertence áquele nível mais profundo do seu ser no qual o ego já
não existe e reina apenas o silêncio.
Você desaparece. Na alegria, você existe um pouco. No êxtase, não
existe de todo. O ego dissolve-se; é o estado de não-ser.
Buda chama-lhe nirvana. Nirvana significa que você deixa de ser,
torna-se um vazio infinito, como o céu. E, no momento em que se
torna esse infinito. Enche-se de estrelas e tem inicio uma vida
totalmente nova. Você renasce.
O prazer é momentâneo, pertence ao domínio do tempo, é
temporário; o êxtase transcende o tempo, é intemporal. O prazer
tem um inicio e um fim; o êxtase dura para sempre. O prazer vai e
vem; o êxtase nunca vem e nunca vai – está sempre presente no
âmago do seu ser. O prazer deriva dos outros, e para o conseguir
você torna-se um mendigo ou um ladrão. Mas o êxtase faz de si
senhor e mestre.
O êxtase não é algo que se inventa, mas algo que se descobre; é a
sua natureza mais profunda. Ele está em si desde sempre, você é
que nunca o viu. Você não lhe dá valor, não olha para o interior de
si próprio.
É essa a única infelicidade do homem: ele está sempre a olhar o
exterior, à procura, em busca. E não se encontra nada no exterior,
pois não há nada a encontrar. (...)
OSHO ( trecho do livro “ Alegria “ )
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